5 mentiras que a "igreja" me contou. #04

25 de out. de 2012 |


A vida cristã e a psicoterapia musical

Os efeitos da música sobre o ser humano são notórios. É fato consumado que a música tem o poder de alterar o estado de humor, transmitindo harmonia e paz. A música é uma linguagem que todos entendem e pode ser um elo para a união das pessoas.

A música é também um excelente instrumento para a educação. Quem nunca estudou musicalizando nomes de elementos químicos, personalidades históricas ou mesmo os livros da Bíblia? A música torna o aprendizado mais agradável e muito mais cognitivo.

Em virtude do poder e dos efeitos da música sobre o ser humano, a religião, desde os mais remotos tempos, sempre se utilizou da música. Um bom exemplo disso está descrito em Êxodo 15, que narra a música que Moisés compôs quando Deus livrou os hebreus dos egípcios. Você também deve se lembrar dos efeitos que a música tocada por Davi tinha sobre o perturbado rei Saul. No primeiro caso temos um uso litúrgico da música, no segundo, psicológico.

O Novo Testamento, inclusive, cita a música como um meio pedagógico no culto cristão. Leia Colossenses 3.16 e note como Paulo orientou a Igreja a usar hinos e cânticos espirituais para o ensino e admoestação dos seus membros. Agora compare a sugestão de Paulo com o uso que alguns grupos religiosos têm feito da música. Os mantras melódicos e as repetições de trechos de auto-ajuda substituíram o ensino doutrinário, privando a mente dos fiéis de avaliar a pregação e o conteúdo do culto que estão prestando a Deus.

Amparados pela bengala musical, os pregadores carismáticos arrebatam os fiéis que, embriagados, perdem a capacidade de discernir os espíritos, como orientou o apóstolo João. O culto se torna, desta maneira, um espaço alternativo de yoga pseudocrístã da qual ninguém sai edificado ou alimentado, mas inebriado e extasiado. Contudo, o êxtase passa... e o que resta? Nada. Fica apenas a vontade de sentir mais uma vez o efeito narcótico coletivo, um prato cheio para pregadores vazios.

Alexandre Milhoranza
Alexandre Milhoranza - Convidado Especial
Alexandre Milhoranza é analista de sistemas e estudante de teologia. Muito bem casado com a Ana Claudia e pai da Bárbara e do Eduardo, seus mini filósofos de plantão.
Acesse o novo blog do Milhoranza |
Alexandre Milhoranza no   Facebook!
Alexandre Milhoranza no Twitter!

Este texto faz parte da série '5 mentiras que a "igreja" me contou'. Desenvolvida especialmente por Alexandre Milhoranza para o #JuveMetodista BLOG.

Leia mais

Louvor é coisa séria

2 de out. de 2012 |


Igreja, música, gospel, secular, mundano, certo, errado, pode e não pode. Aposto que todas essas palavras estão frequentemente em nossas discussões sobre músicas, quando relacionadas à igreja. Entretanto, uma situação me chamou a atenção quando assistia a esta grata surpresa, que é o programa The Voice Brasil. Percebi que, nas duas audições já exibidas na TV, os jurados se depararam com candidatos que iniciaram sua trajetória como músicos em igrejas evangélicas e hoje vivem da música, mas estão distantes da igreja. 

Essa não é uma situação nada difícil de encontrar. Em qualquer pesquisa por aí, você vai descobrir que grandes nomes da música começaram a cantar ou tocar os corinhos da igreja. Alguns exemplos: Elvis Presley, U2, Evanescence e Coldplay. É muito comum crianças crescerem tocando nas igrejas; logo se tornam excelentes músicos, já que passaram boa parte do tempo convivendo com os cânticos louvores. 

O que me intriga é nossa tamanha capacidade em produzir ídolos para os outros, uma vez que essas pessoas poderiam utilizar seus dons para proclamar o evangelho. Nessa trajetória entre mundo, igreja e música, existem vários casos. Há aqueles que acham que o altar é lugar de show e, quando percebem que não é esse o propósito, caem fora. Há também aqueles que acham que são os donos do ministério e engessam o talento dos outros; aqueles que só tocam e não sabem nem o que estão fazendo por ali; aqueles que isso, aqueles que aquilo... poderia passar um mês citando problemas, mas sirvo a um Deus que é maior do que qualquer problema. 

Desde os primórdios a música é um elemento fundamental no louvor e na adoração a Deus e, com certeza, quem está em um ministério ligado à música é bastante tentado pelo inimigo. E, nem sempre, estamos preparados para isso. 

Pouco me importa o motivo pelo qual Elvis Presley deixou a igreja, para fazer sucesso como o rei do rock. Quero realmente saber, e sempre me lembrar, que o louvor sara, cura e liberta. Nem sempre temos a dimensão de que, quando estamos à frente da igreja, estamos ali apenas para conduzir a igreja à adoração. Estar na frente, mexe com o ego, com o orgulho, com a vontade de aparecer, e por isso que é difícil. 

Cada vez que ouço um grupo de louvor tocando, me lembro que Davi tocava sua Harpa e tranquilizava Saul. “E sucedia que, quando o espírito mau da parte de Deus vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa, e a tocava com a sua mão; então Saul sentia alívio, e se achava melhor, e o espírito mau se retirava dele” I Samuel 16:23. Com certeza, para ser usado por Deus, Davi estava cheio de Deus e cheio de unção, e tinha buscado, se esforçado para isso. 

Ministério de Louvor é um negócio muito sério. Não adianta ter talento e não se colocar aos pés do Senhor. Nada contra quem quer participar de um programa para se tornar uma estrela, cada um na sua, pode até dar certo no final. Mas posso frisar que não há nada melhor que você usar o seu dom para fazer a vontade de Deus.

Filipe Souza
Filipe Souza
Cristão, jornalista e observador. Quero apenas aprender com tudo que acontece ao meu redor e poder compartilhar isso com as pessoas. É isso!
Leia mais textos de Filipe Souza |
Filipe Souza no Facebook!
Filipe Souza no Facebook!

Leia mais

Por que a surpresa?

23 de mai. de 2012 |


Há algum tempo publiquei nas minhas redes sociais sobre um assobio que ouvia na minha casa. Era um gari que, mesmo trabalhando sob o sol e um calor que parecia castigo, louvava a Deus assobiando hinos e também cumprimentava todas as pessoas que passavam perto dele. Ganhei vários 'curtir' e respostas naquela publicação. Alguns conheciam o homem que eu havia citado e tantos outros ficaram surpresos e, ao mesmo tempo, alegres ao conhecer a atitude daquele senhor.
Hoje, ao recordar esse episódio, lembrei-me do que o Filipe (namorado lindo) comenta frequentemente: "As pessoas honestas e as atitudes louváveis estão virando notícia! Mas notícia deveria ser algo diferente, surpreendente, que não fosse comum; ou seja, as boas ações não ocorrem comumente e aí, quando acontecem, são noticiadas". E é verdade, não é? Todos devem se lembrar de reportagens com pessoas que entregaram uma grande quantia em dinheiro à polícia quando encontraram, mas não sabiam quem era o dono, carteiras devolvidas, celulares...

Por quê? A honestidade está tão sumida que, quando dá as caras, gera espanto na sociedade. Da mesma forma, ver uma pessoa cantando e louvando a Deus em situações adversas causou surpresa em muita gente. Mas isso não deveria ser o "normal"?

Em todo lugar
"Anunciai entre as nações a sua glória, entre todos os povos, as suas maravilhas." (Sl 96.3)

Em todo tempo
"Bendirei o Senhor em todo o tempo, o seu louvor estará sempre nos meus lábios." (Sl 34.1)

Mesmo na adversidade
"Porque estás abatida, ó minha alma? Porque te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a Ele, meu auxílio e Deus meu." (Sl 42.5)

Como são as nossas atitudes? "Normais" para a sociedade ou para Deus? Acredito que vale muito pensarmos nisso, sempre. Porque não é tudo que a sociedade diz que condiz com o que o Senhor ensina e espera que eu faça. É bom surpreender! E que sejam sempre boas surpresas, que agradem a Deus! Que as nossas atitudes sejam de louvor a Deus.

Abraço,

Leia mais
Próxima Página