31 de Outubro - Reforma Protestante

31 de out. de 2012 |


Hoje, 31 de outubro, as igrejas protestantes, particularmente as históricas, comemoram o Dia da Reforma Protestante.

E, ainda que o nosso blog não seja denominacional ou teológico, acho importante lembrarmos esse dia, porque ele deu origem, não só às denominações conhecidas hoje em dia, como também serviu para que o verdadeiro cristianismo voltasse a ser pregado e vivido, trazendo à tona novamente os valores bíblicos que estavam sendo esquecidos pelos cristãos daquela época.

Não vamos aqui fazer um estudo sobre a Reforma, mesmo porque ela já faz parte de qualquer currículo escolar, nem aqui seria o fórum adequado para isso... mas queremos simplesmente lembrar os feitos de grandes homens (e mulheres) que ajudaram a construir a História e se fizeram mártires em nome de uma ideologia, de uma crença... em nome de Jesus.

A bíblia diz, na carta aos hebreus, que temos ao nosso redor uma grande nuvem de testemunhas, falando dos antigos profetas e personagens que ajudaram o povo de Deus no seu projeto de caminhada libertadora. E, certamente, homens como Martinho Lutero, João Calvino, John Huss, John Wesley, e muitos outros, fazem parte desta nuvem de testemunhas, porque também eles enfrentaram a igreja institucionalizada do seu tempo, lutaram contra a comercialização da fé, através da venda de indulgências pela Igreja Católica Romana, aceitaram a perseguição, a prisão e até mesmo a morte pela causa de Cristo, a fim de que o Evangelho pudesse voltar a ser pregado a todos, de forma clara e simples, sem a tutela da Igreja de Roma que se dizia a única capaz de interpretar as Escrituras.

Esses homens lutaram por coisas que faziam parte da genuína pregação do Evangelho, como o sacerdócio universal de todos os crentes, a salvação pela Graça mediante a fé, a importância da santificação, etc; Eles conseguiram que a Bíblia fosse traduzida do Latim, ao qual o povo simples não tinha acesso, para praticamente todas as línguas nas quais ela é publicada hoje em dia. Insistiram, ainda, na suficiência das Escrituras para alcançarmos a salvação, salvação essa que só é obtida pela Graça, através da Fé em Nosso Senhor Jesus Cristo, não por obras, novenas ou promessas.

Hoje em dia as pessoas se convertem, se batizam, tornam-se membros de uma Igreja, mas não mudam de vida. O problema é que, onde não há uma Teologia forte, também a ética enfraquece, porque a Teologia é mãe da Ética. Nós, cristãos reformados, precisamos fundamentar a nossa ética nas Sagradas Escrituras. Não podemos ser chamados de evangélicos se a nossa conduta não condiz com o que pregamos e nega o cristianismo que dizemos abraçar. A Igreja reformada precisa, ainda, ter um profundo compromisso com a missão, entendendo que o seu campo missionário, a sua paróquia, é o mundo, como dizia John Wesley. A igreja reformada não se desvia do seu chamado, nem se deixa distrair com outras coisas, com "modismos".

Então, amados, que os reformadores nos sirvam de exemplo, sempre. Que saibamos valorizar e honrar aqueles que deram a própria vida em favor de Cristo, para que hoje nós tivéssemos acesso à verdade pura e simples, contida na Palavra de Deus. Que a nossa geração se conscientize de que a Reforma não foi somente um movimento religioso, que foi importante numa determinada época, mas que ela precisa ser uma constante em nossa vida. Um dos lemas da Reforma, atribuído a Calvino, nos alerta: "Igreja reformada, sempre reformando". Ou seja, a reforma não é uma coisa estática, mas dinâmica! E esta reforma não deve ser entendida como uma renovação do conteúdo da fé, mas sim uma restauração do entendimento desse conteúdo, uma atualização na forma de vivermos e entendermos a fé cristã, voltando ao costume de ler a Palavra e dela extrair as nossas referências, compreendendo o que, de fato, Cristo nos legou.

Que este seja, ainda nos dias de hoje, o nosso lema. Reformemos o nosso coração e mente, para que não nos amoldemos a este século, corrompido e corrupto. Que não nos acomodemos com o que os reformadores conseguiram, mas que sigamos em busca de uma nova reforma, não somente em nossas igrejas, mas em nossas atitudes, em nossos corações, em nossas vidas!

Lisieux Souza
Pastora, mãe da Anna Elisa e Revisora do Juvemetodista BLOG. 
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O grande problema da igreja - EU.

9 de ago. de 2012 |


Nos últimos tempos, as críticas contra a igreja têm crescido e, graças a Deus por essas críticas, pois elas são coerentes; o que as pessoas pensam sobre a igreja é a mais pura verdade: somos o resultado do que semeamos.

Tenho pensado com muita tristeza sobre a igreja e cheguei à conclusão de que eu sou o maior dos pecadores, sou a pior das pessoas, eu sou o maior agente da decadência da igreja, não por minhas críticas, porque minhas críticas não são mentirosas ou incoerentes, elas dizem de verdade o que sinto. Quero que todos saibam quem sou e o que penso; cheguei à conclusão de que tenho a necessidade de ser conhecido na Terra como sou conhecido no céu.

Ao longo dos anos, nós, evangélicos, estamos tentando passar uma imagem que não somos capazes de sustentar; temos carregado um fardo muito pesado pra gente e, infelizmente, não passamos de palhaços tentando alcançar o mundo através das nossas palhaçadas. A culpa é minha de fazer da igreja o que ela é. Aprendi que precisava pregar pras pessoas o que me ensinaram, mas, no fundo, falo do que não sei, falo da revelação pessoal de homens de Deus, por isso não sou capaz de viver o que prego. Preciso ser, preciso pregar em atitudes, não em palavras.

Hoje, na maioria das vezes em que vou conversar com uma pessoa que conhece a palavra de Deus e está desviada, ela sempre questiona muita coisa que me deixa sem resposta... e chego à conclusão de que nunca terei resposta pra ninguém, porque a bíblia diz que preciso ser a resposta, preciso ser a referência, preciso ser padrão pros fieis. As pessoas estão cansadas das minhas frases bonitas, cansadas de “Jesus te ama”; elas precisam do meu amor, da minha dedicação e, principalmente, da minha vida, pois eu não tenho a marca da promessa coisa nenhuma: EU SOU a promessa pra essa geração perdida e mal informada. Preciso me aprofundar na palavra que liberta qualquer um de qualquer jugo ou fardo que não seja seu; o meu fardo se torna leve quando me aproximo de Cristo e, quanto mais me próximo de Cristo, mais me torno o Cristo que reconcilia pessoas com Jesus.

Então, vou continuar criticando a igreja sim, pois fui batizado com uma unção de indignação... a mesma indignação santa que estava sobre Jesus quando Ele entrou no templo, com um chicote na mão quebrando tudo, pois as pessoas estavam transformando a casa de oração em covil de salteadores; essa unção está sobre mim, hoje, e sinto que preciso ser como Jesus, não só quebrando, brigando ou pregando, mas ser verdadeiramente igreja, alguém digno de ser seguido.

Por isso eu digo: Não faça o que eu digo, faça o que eu faço! Eu sou a igreja, não as instituições que temos visto e ouvido; posso, com todos os meus erros que não são poucos e que podem aumentar, dizer: o que me define é a presença de Deus em minha vida e isso me faz alcançável pras pessoas e dependente de Deus, como resultado, um pecador santificado pela graça de Deus, digno de ser seguido.

Lembre-se: a responsabilidade de mudar a igreja é exatamente sua, que viu os problemas da mesma!

Juninho Porto
Juninho Porto
Olá, meu nome é Juninho Porto, tenho 27 anos e sou missionário da JOCUM (Almirante Tamandaré) Curitiba/PR. Trabalho com o "SIGA"(Equipe Móvel de evangelismo).
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Pra frente Brasil!

17 de jul. de 2012 |


Hoje gostaria de compartilhar uma reflexão que está em minha mente desde o dia em que o IBGE divulgou os últimos dados do Censo 2010[1]. Neles, está a comprovação de que, de fato, o número de evangélicos tem crescido grandemente nas últimas décadas no Brasil.

Antes de comentar sobre estes dados, gostaria de lembrar uma coisa que faz parte da história de nosso país: o jingle Noventa Milhões em Ação[2], da seleção brasileira de futebol na Copa do Mundo de 1970. Este jingle é um dos maiores marcos de uma das coisas mais comuns de se ouvir no Brasil: a afirmação de que somos a Pátria da Chuteira ou o País do Futebol. Nele, cantava-se vibrantemente que os 90 milhões de brasileiros que existiam naquela época deveriam se dar as mãos e dizer: Pra frente Brasil! Porém, por trás dessa música que empolgava a tantos brasileiros e brasileiras, acontecia o período mais duro da nossa Ditadura Militar[3]. E, enquanto muitos cantavam e assistiam jogos, outros eram presos, mortos e torturados nos porões da ditadura.

Talvez, você esteja se perguntando: o que a seleção de 1970 tem a ver com o crescimento dos evangélicos no Brasil? Olha, depende do rumo que nós, evangélicos, vamos tomar nas próximas décadas.

Vamos aos números do IBGE: segundo o Censo, nos últimos dez anos tivemos um crescimento incrível de 61%! Com isso, agora totalizamos mais de 22% da população[4] e este número ainda tende a crescer nas próximas décadas; só o tempo dirá qual será o topo dessa porcentagem. Alguns mais otimistas no meio evangélico, dizem que ainda chegaremos a 100%... sinceramente, isso eu acho bem pouco provável.

Mas voltemos aos números. Numa conta muito simples, o que temos hoje no Brasil é o seguinte: imaginemos um grupo de cinco pessoas. Nele, “três são católicos”, “um é evangélico” e “um é de outras religiões ou sem religião”.

Quando estes dados foram divulgados, muitos evangélicos ficaram eufóricos, pois ele representa o esforço de missionários protestantes que chegaram ao país há, pelo menos, 150 anos, sem interrupção. Enfim, o Brasil será pra Jesus ou será um país de evangélicos em sua maioria; é o que tenho ouvido.

Mas, com toda sinceridade do meu coração, não tenho conseguido ficar tão empolgado com estes números, pois, quando olho ao redor e vejo como o país está, penso o seguinte: o que está mudando? Estamos elegendo governadores, senadores, deputados, prefeitos e vereadores evangélicos pra quê? Pra defenderem nosso próprio umbigo, é a resposta em grande parte dos casos! 

Só pra dar um dado do que estou falando, segundo o IBGE, o estado da Federação com menor número de católicos é o Rio de Janeiro, com 45% da população. Contudo... o Rio não é bem o estado mais exemplar do Brasil em questão de honestidade dos políticos, não é o estado com melhor distribuição dos recursos e está longe de me parecer um exemplo a ser seguido.

É neste momento que me pergunto: por que estamos comemorando tanto o crescimento dos evangélicos? Será que todos os evangélicos são iguais e têm sido motivo de orgulho para Cristo? Pois o que tenho visto na TV, muitas vezes, são pessoas que se dizem evangélicas orarem abençoando propina! Vejo apóstolo e bispa serem presos com dinheiro dentro da Bíblia! 

Por isso tudo só tenho a dizer que me envergonho e peço perdão a Deus por haver pessoas sujando o nome de tantos que buscam viver uma vida digna, justa e que tentam seguir o exemplo de Jesus. E completo pedindo que Ele tenha misericórdia de nós por, em muitas ocasiões, termos envergonhado seu Santo Nome. Peço para que nosso louvor não seja apenas um jingle, que nos mantenha distraídos da realidade ao nosso redor, mas para que nosso louvor suba aos céus como “aroma agradável a Deus”.

Frente a tudo que foi exposto, quero convidá-los à leitura de dois textos das Sagradas Escrituras, textos estes que sempre foram tão caros a este povo conhecido como evangélico: “Jesus continuou: Com o que podemos comparar o Reino de Deus? Que parábola podemos usar para isso? Ele é como uma semente de mostarda, que é a menor de todas as sementes. Mas, depois de semeada, cresce muito até ficar a maior de todas as plantas. E os seus ramos são tão grandes, que os passarinhos fazem ninhos entre as suas folhas.” (Mc 4.30-32) E: “Jesus sentou-se, chamou os doze e lhes disse: — Se alguém quer ser o primeiro, deve ficar em último lugar e servir a todos.” (Mc 9.35)

No encerramento deste post, quero propor uma dinâmica diferente e que sempre foi tão presente e valorizada no meio evangélico. Não vou interpretar estes textos pra vocês, pois acredito que Deus pode, por meio dessas passagens bíblicas, trazer respostas ao Seu povo, trazendo a nós luz e direção sobre o caminho que devemos seguir como povo chamado evangélico. Portanto, convido-lhe a ler mais uma vez os textos da Bíblia expostos acima e tirar, você mesmo, suas conclusões, com a ajuda do Espírito Santo de Deus...

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[4]http://g1.globo.com/brasil/noticia/2012/06/numero-de-evangelicos-aumenta-61-em-10-anos-aponta-ibge.html


Lucas Andrade Ribeiro
Lucas Ribeiro
Sou Lucas Andrade Ribeiro, natural de Ipatinga/MG. Formado em Filosofia pela Unicamp e atualmente estuda Teologia na Fateo/Metodista.
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