Presença de Deus

22 de out. de 2012 |


E ficou a arca do SENHOR em casa de Obede-Edom, o giteu, três meses; e abençoou o SENHOR a Obede-Edom, e a toda a sua casa”. [2 Sm 6.11]

Esta passagem da Bíblia é muito interessante, pois é uma parte que enfoca muito do que a presença de Deus pode fazer na vida de alguém. Não vou ousar trabalhar uma exegese bíblica, mas apenas mostrar o meu entendimento sobre tal fato.

No reinado de Saul, a arca da aliança fôra levada pelos filisteus. Este símbolo da presença de Deus sobre Israel causou sobre o povo inimigo sérios desconfortos (I Sm 5), proporcionando derrubada de postes-ídolos e doenças físicas constrangedoras. A arca só foi recuperada no reinado de Davi, em um combate contra os filisteus, ocorrido vinte anos depois de arca ter sido levada como despojo.

Apesar do despreparo de Davi em trazê-la de volta, causando, inclusive, a morte de Uzá (2 Sm 6.6), a arca chegou ao seu destino, sendo que, antes disto, repousou por três meses na casa de Obede-Edom, conforme versículo acima; o fato é também relatado em I Cr 13.14, e este período foi o suficiente para mudar toda a sorte deste homem. Vale ressaltar que Obede Edom é citado em I Cr 15.18 como um dos porteiros da arca no percurso até Jerusalém.

O que me faz levantar estes dois textos é reforçar a ideia do cuidado que devemos ter com a presença de Deus. Sabemos que a presença de Deus promove cura, libertação, mudança, renovo e outros mil benefícios. No entanto, também promove justiça, e ai daquele que não estiver preparado para usufruir dela, assim como os filisteus não estavam.

Honestamente, tenho medo quando vejo Deus ser invocado de qualquer maneira, porque creio que, uma vez invocado, Ele se faz presente. Mas no que a presença de Deus pode desdobrar no cenário em que é invocada? Renovo, conforto ou justiça? Lembro-me de que uma vez ouvi um pastor dizendo que devemos estar bem atentos quando cantamos algo do tipo: “Derrama tua shekinah sobre nós”, porque, se você não estiver preparado para receber a shekinah, as consequências são incalculáveis.

Por outro lado, quando a pessoa que invoca está sedenta por esta presença e usfrui dela, prova o amor que proporciona, com certeza será como Obede-Edom: terá sua vida mudada, sua história reconstruída e, se preciso for, largará sua casa para ser guardião desta presença e gozará dela aonde for.

A presença de Deus é constante e efetiva; as consequências dela só dependem do seu coração e da sua vida com Deus.







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Tocou-me. A Música Gospel de Elvis Presley

4 de jan. de 2012 |


Há um mês publiquei um texto sobre a origem da Música Gospel, nele disse que ela influenciou um dos maiores nomes da música moderna, Elvis Presley, rei do Rock and Roll. Como ressaltado nele, essa música gospel era muito diferente da nova e multifacetada atual. Caso não tenha lido e quiser conferir, esse é o link: http://www.juvemetodista.com.br/2011/12/musica-gospel-o-surgimento-do-estilo.html
Não sou um profundo conhecedor de sua biografia e nem é minha intenção aqui fazer um texto com esse cunho. Farei menção especificamente de sua relação com a música gospel tanto na infância e adolescência, quanto na vida profissional.

Tomei como base o documentário “He Touched Me – The Gospel Music of Elvis Presley” (Tocou-me – A Música Gospel de Elvis Presley), que está disponível no youtube integralmente, divido em algumas partes. Sugiro que assista-o, pois nele poderão ver fotos da infância e juventude de Elvis, alguns episódios importantes como seu batizado. É possível ver também alguns depoimentos preciosos como o da diretora do Elvis Presley Birthplace (local de nascimento, disponível para visitas turísticas) - http://www.elvispresleybirthplace.com/, de integrantes de quartetos vocais como os “The Jordanaires”, “The Imperials” que fizeram parte de sua banda como vocal de fundo e de integrantes de quartetos vocais que fizeram parte de sua adolescência como “The Blackwood Brothers” e “Statesmen”. Vale ressaltar que todos esses quartetos supracitados são quartetos de música gospel.

Elvis passou boa parte de sua vida morando em uma casa de apenas 2 cômodos em Tupelo em Mississipi onde foi criado sob ensinamentos religiosos na 1ª Igreja Assembléia de Deus. Era comum encontrá-lo, quando criança, em apresentações gospel pela cidade. Em 1948, junto com sua família, muda-se para Memphis, capital responsável por colocá-lo na história.

Há um lado de Elvis Presley pouco explorado pela mídia, de um homem extremamente espiritual que cultivava imenso amor pela música gospel. Pode-se afirmar que seu primeiro contato com a música foi através desse estilo, produzido em sua infância.

Recortei alguns trechos que considero marcantes do documentário, segue o vídeo abaixo:




Elvis Presley gravou discos de música gospel e, devido a sua fama, abriu-a para o mundo. Como visto no vídeo, ele cantava as canções em suas apresentações “seculares” e me arrisco a dizer que fazia com total sinceridade. Não tenho dúvidas que o nome de Deus foi louvado e pregado nesses shows!

Levanto agora uma questão polêmica e que assombra a maioria das igrejas atualmente. Baseado na vida de Elvis Presley, onde se faz a divisão entre a música que louva e que não louva a Deus? Músico cristão pode trabalhar com música secular? Músico secular pode louvar a Deus em seus trabalhos?

Pense em quantas pessoas hoje conhecem canções como “Tocou-me” e “Vencendo vem Jesus” graças às gravações de Elvis. Quantas pessoas se converteram devido a isso. Termino com uma frase de Elvis dita a um repórter: “Nunca esperei ser alguém importante. Talvez não o seja, mas o que quer que eu seja... o que quer que eu faça, será o que Deus escolheu pra mim. Sinto que ele observa cada passo meu”.

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Música Gospel: O surgimento do estilo

8 de dez. de 2011 |











A palavra Gospel significa “evangelho”, “boas novas”. Hoje em dia define-se por música gospel toda canção que contém mensagens sobre o cristianismo ou em raros os casos, versões instrumentais dessas canções. Independente do estilo - rock, pop, samba, jazz, entre outros – toda manifestação musical com teor cristão é tida como Gospel.

Esse novo conceito, e chamo de novo por que difere muito do seu original, veio se formar por volta da década de 70 e 80, fortemente influenciado pelo rock ‘n roll que desde o seu nascimento na década de 50, mudou por completo o cenário mercadológico musical mundial.
Os escravos da África Ocidental trazidos para o sul dos Estados Unidos, foram os criadores do “estilo” gospel. Essa afirmação parece um pouco contraditória, pois todos sabem que a religião africana em sua grande maioria, é considerada pagã para o cristianismo.

Seus costumes nativos sobreviveram melhor sob os donos de escravos católicos do que sob os protestantes, pois os católicos, não se preocupavam muito com a salvação das almas de seus escravos, muitas das vezes, nem sequer os consideravam seres com alma! Já os donos protestantes não admitiam esses costumes, daí surge à música negra africana cristã. Os escravos trouxeram consigo a complexidade rítmica, a escala pentatônica (escala com 5 notas ex: do-re-mi-sol-la – tratarei especificamente deste assunto em outra oportunidade) e melodias formadas sob pergunta e resposta, essa característica em especial influenciou o blues e o jazz, era usada pelos negros como artifício de comunicação, cantavam informações confidenciais em códigos para seus senhores não os descobrir. Alguém perguntava através de uma melodia improvisada, outro respondia de forma musicalmente coerente.

Com a abolição da escravatura nos EUA em 1865 as igrejas dos negros viraram celeiros musicais, foi nessa época em que se formaram os grandes coros de música gospel. No início as canções eram acompanhadas apenas por palmas, com o passar do tempo inclui-se instrumentos como violão e banjo, e mais tardiamente, na década de 40 o piano assume papel de principal acompanhador dos coros.

O gospel influenciou muita gente famosa: Elvis Presley, Aretha Franklin, Ray Charles. Elvis chegou a gravar alguns LP’s de música gospel.

Deixo aqui um vídeo explicativo sobre uma canção no estilo spiritual negro, música gospel “original” e que todos nós conhecemos:







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