Stopmotion

6 de jan. de 2012 |


Desde “sempre” quero trabalhar com algo que tenha a ver com design e filmes, principalmente com animação. Existem diversos tipos de animação: stopmotion, 2D, 3D, se pudermos considerar, também existem os flipbooks (que não seria exatamente um filme).

O stopmotion, tipo o que eu tratarei hoje, é uma técnica de fotograma a fotograma. Isso significa que é feita por fotos, montadas quadro a quadro, até que formem o que chamamos de filme. Num exemplo bobo, imaginemos que você pegue aquele dinossauro do seu irmão mais novo (ele deve ter articulações nos braços e pernas, de preferência) e aí resolve que irá filmá-lo destruindo uma cidade (uma maquete ou a cidadezinha do Lego que você já montou). O dinossauro deve ser fotografado quadro a quadro. Movimenta-se um braço e se fotografa. Movimenta-se outro e se fotografa novamente. E assim por diante. Movimento por movimento. Um por um. O que pode ser cansativo, dependendo do tamanho do filme que se quer criar.




Bom, agora que já sabemos o que é, vamos falar dele. O stopmotion na história é algo antigo. George Méliès, o famoso ilusionista francês que se apaixonou pela máquina dos Lumière (a primeira câmera filmadora e também projetor: o cinematógrafo), fez diversos filmes inusitados, e é considerado o pai dos efeitos especiais. Ele gostava de modificar os fotogramas, cortando cabeças, fazendo-as voar, coisas desse tipo. Coisas que, até então, a maioria das pessoas jamais havia visto e era bastante assustador para a época (lembremos que as pessoas tinham acabado de conhecer o “cinema” e isso já era assustador o suficiente). Méliès usava a técnica do stopmotion: filmava um quadro, parava, mudava a cena e voltava a filmar. E assim, quadro a quadro, obtia o resultado de tantos efeitos especiais. Seu filme mais conhecido é “Le voyage dans la lune” (A viagem à Lua - 1902). Obs: Méliès não fazia os filmes fotografados, mas adicionava os efeitos da mesma forma (parando a cena, mudando e continuando a filmar).




Saindo dessa atmosfera antiga, vamos partir para o stopmotion hoje: quem faz, quais filmes, técnicas adicionais e o sucesso de bilheteria.


Tim Burton, cineasta americano que dirigiu filmes como “Edward Mãos de Tesoura” e “Alice no País das Maravilhas”, em 1982, dirigiu seu primeiro curta-metragem em stopmotion: “Vincent”.




Em 1993, Burton lança seu primeiro longa em stopmotion, o primeiro filme em stopmotion a ser distribuído no mundo todo. O filme foi feito meticulosamente: ao todo, foram feitos 227 bonecos e reuniu os melhores animadores de stopmotion da atualidade. Mais tarde, Burton produz e co-dirige o filme, que eu diria ser o melhor até hoje, “A Noiva Cadáver”. O filme foi feito com a técnica de stopmotion, finalizado digitalmente. Cada um dos 20 personagens mais importantes teve um número de 14 bonecos de aço e silicone, além dos animadores terem de preparar 34 miniaturas de cenários do filme. Ao todo, foram batidas 109 mil fotos.



Além dos filmes de Tim Burton, temos também os famosos longas: “A Fuga das Galinhas” e “Wallace & Gromit”, produzidos pela Aardman Animations. Tanto “Noiva Cadáver” quanto os outros dois últimos foram feitos com a técnica Caymation, que corresponde ao stopmotion feito com bonecos de barro, plastilina, massinha de modelar ou látex animados (o chamado barro animado).

Este artigo continua na próxima semana.


 

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