Quero iniciar esta explanação fazendo justiça. Informo que esta interpretação não é de minha autoria, nem fruto de uma experiência pessoal, mas é uma impressão minha, a respeito de uma mensagem que ouvi, e quem tem martelado a minha mente nos últimos dias.
O texto de Lc 10.38-42 relata a visita de Jesus à casa de Maria e Marta. O cenário mostra Maria prostrada aos pés do Mestre, ouvindo seus ensinamentos, e Marta extremamente ocupada com seus afazeres, ao ponto de pedir a Jesus que Ele ordenasse que Maria fosse ajudá-la. A resposta de Jesus foi:
“E respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; E Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada” Lc 10. 41 e 42.
A simples constatação é que podemos imaginar uma Marta se atentando em preparar a casa, ordenar as coisas, preparar uma refeição e priorizar elementos que Jesus não lhe pediu que fossem priorizados, enquanto Maria, na posição de discípula, tinha como principal objetivo a presença e os ensinamentos do Mestre.
Creio que, partindo desta premissa, muitos dos que leem esta constatação estão se enxergando, assim como a carapuça me serviu. Nos ministérios da Igreja, este erro é cometido de forma incontável. Posso citar alguns exemplos aqui:
- Se você faz parte do ministério de música da igreja, com certeza já passou pela situação de gastar todo o sábado ensaiando aquela música arrebatadora, cheia de vozes e arranjos, através da qual até o pastor iria se converter de novo, e, simplesmente, a música não fluiu no culto. Qual o tempo de oração investido antes do ensaio para chegar à conclusão de que aquela música era necessária para o culto?
- Quantas vezes foram organizados eventos, congressos, bazares e confraternizações que foram um grande fiasco na agenda da igreja? O quanto estas atividades foram geradas no coração de Deus antes de acontecerem?
- Se você é pastor, quantas vezes você tem uma liturgia pré-estabelecida para o culto e, na ocorrência de não ter o coral cantando ou o louvor suprimido, colocou aquele irmão falando bobagem no testemunho ou a irmã fazendo aquele solo trágico de tão desafinado, só para preencher o tempo e se arrependeu amargamente? Ou a sua liturgia tem sido colocada todos os dias aos pés da cruz, para ser edificante para a igreja, independente de durar meia ou duas horas?
- Se você já foi convidado a pregar ou ministrar um estudo, quantas vezes passou dias lendo a Palavra, buscando um discernimento que, na ministração, pareceu extremamente equivocado? Em que intensidade, você tem usado a Bíblia, independente de ministração, para sua edificação e crescimento pessoal e espiritual?
A tônica desta explanação é que vemos um número grande de ministros e pastores na igreja que estão cansados, porque trabalham demais e têm poucos ou nenhum frutos. Frustram-se, desanimam e abandonam ministérios. Em contrapartida, qual é o grau de investimento em jejum, oração e leitura da Palavra, para que todo o trabalho e esforço a fazer seja estratégia de Deus e, consequentemente, gere resultado? Ouso perguntar: Deus realmente lhe pediu o objetivo do seu trabalho?
É possível imaginar, ao final da visita de Jesus, Marta reclamando de tudo, estafada ao fim do dia e frustrada com o resultado de seu trabalho e Maria regozijando-se porque estava cheia do conhecimento e da presença de Deus. O motivo: Jesus não pediu um trabalho sequer delas; Ele só pediu a atenção delas para seus ensinamentos.
Se você, hoje, tem a impressão de que tudo o que você tenta fazer para Deus lhe dá cansaço, enfado e frustração, talvez você não tenha perguntado a Ele qual o trabalho que Ele espera de você. Não considere este texto uma desculpa para ficar parado; trabalhe duro e sempre, mas com estratégia do alto.
Deixe seu comentário!
Oo Eliezer, essa é a mais pura verdade! Nossa preocupação com as coisas, muitas vezes nos faz esquecer do motivo, da razão, do porque e principalmente do PRA QUEM estamos fazendo! Que bom que Deus te alertou disso...vou compartilhar creio que tem muita gente precisando ouvir (LER) isso.
Postar um comentário